o Dasein, mas, fundado em seu abrir, tem ao mesmo tempo uma significação metódica de princípio para a analítica existenciária. A exemplo de toda interpretação ontológica em geral, essa analítica só pode como que interrogar sobre seu ser o ente já antes aberto. Ela deve se manter nas mais assinaladas e amplas possibilidades-de-abertura do Dasein para, [140] a partir delas, apropriar-se de sua explicação. A interpretação fenomenológica deve dar ao Dasein ele mesmo a possibilidade da sua abertura originária, fazendo, assim, que ele como que se interprete a si mesmo. Nessa abertura ela só intervém para elevar o conteúdo fenomênico do que fica aberto ao plano conceitual existenciário.
Em vista da interpretação, que adiante se segue, de um encontrar-se do Dasein fundamental para o seu significado ontológico-existenciário, a saber, da angústia (§ 40), o fenômeno do encontrar-se deve ser demonstrado ainda mais concretamente no modus determinado do medo.
§ 30. 0 medo como um modus do encontrar-se1
O fenômeno do medo pode ser considerado de três pontos-de-vista: analisamos aquilo diante-de-que se tem medo, o ter medo e o porquê do medo. Esses pontos-de-vista possíveis e copertinentes não são casuais. Neles fica manifesta a estrutura do encontrar-se. A análise é completada pela indicação das possíveis modificações do medo, incidentes cada vez nos seus diversos momentos estruturais.
O diante de que se tem medo, o que dá medo, o “temível” é cada vez um ente que-vem-de-encontro no-interior-do-mundo, um ente do modo-de-ser do utilizável, do subsistente ou do Dasein-com. Não se deve relatar onticamente acerca do ente que de muitas maneiras e no mais das vezes
1 Cf. Aristóteles, Rhetorik B 5, 1382 a 20-1383 b 11.
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