[29] Tal se mostrar nós o denominamos parecer ser (Scheinen, aparentar). Assim é também em grego, a expressão φαινόμενον, fenômeno, tem a significação de “o que é como se”, o "aparente", a "aparência"; φαινόμενον ἀγαθόν significa um bem que é como se, mas que “na realidade efetiva” não é aquilo como se dá. Para o melhor entendimento do conceito de fenômeno, tudo está em ver como os dois referidos significados de φαινόμενον — “fenômeno” como o que se mostra e “fenômeno” como o que parece ser — são por sua estrutura conexos entre si. Só na medida em que algo, segundo seu sentido, pretende em geral se mostrar, isto é, ser fenômeno, é que ele pode se mostrar como algo que não é, podendo “somente aparentar ser como...” Na significação de φαινόμενον como aparência já está incluída a significação original (fenômeno: o manifesto) como fundamento da aparência. Atribuímos terminologicamente ao termo “fenômeno” a significação positiva e original de φαινόμενον e desta distinguimos a aparência como modificação privativa de fenômeno. Alas o que ambos os termos exprimem não tem, de imediato e totalmente, nada a ver com o que se denomina "fenômeno” ou mesmo “mero fenômeno”.
É assim que se fala de “fenômenos da doença”. São assim designadas ocorrências que se mostram no corpo e, ao se mostrarem, “são indícios” de algo que ele mesmo não se mostra. O surgimento de tais ocorrências, o seu mostrar-se, é concomitante à subsistência de perturbações que, elas mesmas, não se mostram. Esse “fenômeno” como aparecimento “de algo” não significa, pois, precisamente: mostrar-se a si mesmo, mas o anunciar-se de algo que não se mostra por algo que se mostra. Aparecer ca um não mostrar-se. Esse “não” de modo algum deve ser confundido com o não privativo que determina a estrutura da aparência. O que não se mostra no modo
1 nesse caso.
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