não pertence ao ser no sentido de que ele não poderia ser sem o desvelamento. Pois a natureza acha-se presente vista, mesmo antes de ser descoberta. A ἀλήθεια (verdade — desvelamento) é um caráter ontológico peculiar do ente, na medida em que o ente se encontra em uma relação com uma visão intencional do ente, com um descerrar que se movimenta circunvisivamente no ente, com um conhecer. Por outro lado, contudo, o ἀληθές (verdadeiro — desvelado) também está no ὄν (no ente) e é um caráter do próprio ser; e, em verdade, na medida em que ser presença e em que essa presença é apropriada no λόγος (discurso), na medida em que ela "é" nele. O descerrar, porém, em relação ao qual a ἀλήθεια (verdade — desvelamento) é ele mesmo um ser; e isso não, em verdade, um ser do ente que inicialmente descerrado, do mundo, mas um modo de ser do ente que nos designamos como ser-ai humano. Na medida em que o descerrar e o conhecer têm por meta para os gregos a ἀλήθεια (verdade — desvelamento), ele significa para eles, de acordo com aquilo que ele realiza, ou seja, de acordo com a ἀλήθεια (verdade — desvelamento): ἀ ληθεύειν (desvelar). Não queremos traduzir aqui essa palavra. ἀληθεύειν significa: ser desencobridor, arrancar o mundo ao fechamento e ao encobrimento. E esse é um modo de ser do ser-aí humano.
Esse modo de ser mostra-se inicialmente na fala, no conversar um com o outro, no λέγειν (no dizer).
b) ἀλήθεια (verdade — desvelamento) e linguagem (λόγος). A ἀ λήθεια (verdade — desvelamento) Como modo de ser do homem (ζῷον λόγον ἔχον — ser vivo que possui linguagem) ou como modo da Vida (ψυχή — alma)
O ἀληθεύειν (desvelamento) mostra-se, portanto, de inicio no λέγειν (falar). O λέγειν, falar, é a constituição fundamental do ser-aí humano. Na fala, ele se exprime, de tal modo que fala sobre algo, sobre o mundo. Esse λέγειν (falar) era para os gregos algo tão presente e cotidiano, que eles conquistaram a definição do homem com vistas a esse fenômeno e a partir dele,